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Quem São Os Culpados?
Uma das minhas teses é que temos sido governados por incompetentes.
Uma das provas disponÃveis que atestam essa incompetência se resume a uma citação dos problemas que tÃnhamos nos anos 50 e daqueles que temos ainda hoje. Faço isso no último capÃtulo deste livro, mas me antecipo aqui. É, portanto, uma prova histórica, baseada em fatos. E, como você sabe, contra fatos não existem argumentos.
É importante relatar algumas coisas, para que se possa avaliar friamente como estávamos na metade do século passado, para depois comparar aquela situação com o fim do século, e mesmo com a situação atual. Uma modesta publicação do PDC - Partido Democrata Cristão, lá pela metade dos anos 50, relata um elenco dos nossos maiores problemas. Aliás, faço referência a esse elenco de problemas, no prefácio deste livro. O PDC falava em: Delinqüência juvenil; Vinte e cinco milhões de analfabetos; Lei "Cadillac"; Importamos petróleo e trigo para o nosso consumo; Desfalque no Fundo Sindical; Cortiços, ...
... favelas e mocambos; Menores abandonados; Desemprego; Lucros extraordinários; Aumentam os impostos; Sonegação; Corrupção; Setecentos e cinqüenta mil crianças morrem por ano; Brasil, vice-campeão mundial da carestia; Dois terços da população passam fome; Crise de energia e transportes; Estradas intransitáveis; Faltam escolas em todo o paÃs; Desorganização administrativa. E acrescentava uma pergunta: De quem é a culpa?
No final do século passado, contudo, ou mesmo neste ano de 2009, quase 60 anos depois, foi possÃvel constatar que retrocedemos. A fome aumentou. Tanto aumentou, que o Lula iniciou o seu primeiro mandato distribuindo esmolas, como distribui ainda hoje. O nÃvel da educação caiu assustadoramente, em todos os cursos, desde o ensino fundamental até o superior. Além disso, o ambiente escolar se transformou num palco de guerra, em virtude das drogas e dos desajustes sociais, conforme mostro no cap. 19. A saúde continua ainda mais cambaleante, com o SUS oferecendo filas, esperas e péssimo atendimento. O déficit habitacional persiste. Além de terem desativado as ferrovias, não cuidaram das estradas de rodagem (cap. 34), ainda mal projetadas, esburacadas e intransitáveis. A violência é astronomicamente maior do que há 60 anos.
Observe que no elenco de problemas publicado pelo PDC, por volta de 1955, nem se falava em drogas, um drama que surgiu mais tarde e que só tem crescido. As leis, que protegem os criminosos, com latrocÃnios, seqüestros, estupros e outras coisas mais, continuam dando preferência à liberdade para os marginais, no lugar das prisões (cap. 20). A delinqüência infanto-juvenil atingiu nÃveis absurdos, motivada pelas drogas, pela fome e pela impunidade, graças à manutenção da inimputabilidade até os 18 anos. A mortalidade infantil segue em nÃveis inaceitáveis, apesar dos esforços da Pastoral da Criança. O analfabetismo ainda atinge nÃveis absurdos. Prefiro não tomar conhecimento dos dados atuais, por vergonha, mas, dez anos atrás, ainda tÃnhamos 19 milhões de analfabetos neste paÃs. Cortiços e favelas, em vez de desaparecerem, se multiplicam e florescem. Seguimos tendo menores abandonados pelas ruas, entregues à s drogas e aos crimes.
O desemprego insiste em não diminuir e o subemprego persiste. Os impostos seguem aumentando. Somos um dos lÃderes mundiais, quanto à cobrança dos impostos. A corrupção (olhem aÃ, senhores do Congresso Nacional) continua solta e impune. A sonegação, também. Aumenta o número de ministérios e se multiplica o número de funcionários públicos. As podridões do Congresso Nacional, antes raras, são descobertas a cada dia.
E repito hoje a pergunta formulada pelo PDC, há mais de 50 anos: De quem é a culpa?
Está bom o que relatei, ou você quer mais?
Enfim, a maior de todas as nossas crises, nestes últimos 60 anos, continua sendo uma crise de governo.
Observe você que, referindo-me aos 50 e tantos anos de desatinos que separam as duas ocasiões nas quais surgiu essa pergunta, de quem é a culpa? desenvolvi os 42 capÃtulos deste livro, não poupando crÃticas à queles que, efetivamente, são os responsáveis por tudo: AQUELES DE BRASÃLIA.
Rubens Ferneda é economista, paulista de Oscar Bressane, municÃpio da região de MarÃlia, SP. Criador do website que faz crÃtica aos polÃticos de hoje que residem no(a) senado
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